domingo, 29 de julho de 2012

John Ashberry (1927 - )


Paradoxes and Oxymorons


Paradoxos e oxímoros

Este poema tem uma preocupação com a linguagem num nível muito simples.
Observe-o conversando com você. Você olha pela janela.
Ou finge se agitar. Você o possui mas não o possui.
Você sente a falta dele, ele sente a sua. É recíproco.

O poema está triste porque ele quer ser seu, mas não pode.
O que é um nível simples? É isso e outras coisas.
Pôr um sistema de coisas em execução. Execução?
Na verdade, é isso, mas eu considero que executar seja

Um tema mais profundo e externo, um jeito sonhado de representar.
Como na divisão das benesses desses dias compridos de agosto
Sem prova. Obra aberta. E antes que você perceba
Esvai-se na corrente e na eloqüência das máquinas de escrever.

Foi executado mais uma vez. Acho que você existe somente
Para me provocar a fazê-lo, de seu jeito, e então você se foi
Ou adotou uma atitude diferente. E o poema
docemente me colocou ao lado de você. O poema é você.

Tradução: Eduardo Lima

Paradoxes and Oxymorons

This poem is concerned with language in a very plain level.
Look at it talking to you. You look out a window.
Or pretend to fidget it. You have it but you don't have it.
You miss it, it misses you. You miss each other.

The poem is sad because it wants to be yours, and cannot.
What's a plain level? It is that and other things.
Bringing a system of them into play. Play?
Well, actually, yes, but I consider play to be

A deeper outside thing, a dreamed role-pattern.
As in the division of grace this long August days
Without proof. Open-ended. And before you know
It goes lost in the stream and chatter of typewriters.

It has been played once more. I think you exist only
To tease me into doing it, on your level, and then you aren't there
Or have adopted a different attitude. And the poem
has set me softly beside you. The poem is you.

John Ashberry (1927)

Nenhum comentário:

Postar um comentário