Em honra ao calcário
Se ele forma a única paisagem de que nós, os inconstantes,
Estamos sempre saudosos, isso acontece, especialmente,
Porque ele dissolve em água. Guarde essas inclinações do
terreno
Com sua superfície sabendo a tomilho e, embaixo,
Um sistema secreto de cavernas e passagens, escute as fontes
Que borbulham aqui e ali como se fossem risadas,
Cada uma delas enchendo uma poça pelo peixe e pela escultura
Sua própria ravina cujas paredes entretém
A borboleta e o lagarto, examine esta região
De pequenas distâncias e lugares definidos:
O que poderia ser mais Maternal ou um melhor pano de fundo
Para o filho, o macho galanteador que se recosta
Contra uma pedra sob o sol, sem duvidar
De que mesmo com suas falhas é amado, cujos esforços são
Meras extensões de seu poder de encantar? Dos campos naturalmente crescidos
Aos templos construídos, de águas surgidas à força a
Fontes pronunciadas, desde um vinhedo selvagem a um domado,
São engenhosos ainda que pequenos passos que o desejo de uma criança
Em receber mais atenção do que seus irmãos, da
Maneira que for, pode facilmente suplantar.
Com sua superfície sabendo a tomilho e, embaixo,
Um sistema secreto de cavernas e passagens, escute as fontes
Que borbulham aqui e ali como se fossem risadas,
Cada uma delas enchendo uma poça pelo peixe e pela escultura
Sua própria ravina cujas paredes entretém
A borboleta e o lagarto, examine esta região
De pequenas distâncias e lugares definidos:
O que poderia ser mais Maternal ou um melhor pano de fundo
Para o filho, o macho galanteador que se recosta
Contra uma pedra sob o sol, sem duvidar
De que mesmo com suas falhas é amado, cujos esforços são
Meras extensões de seu poder de encantar? Dos campos naturalmente crescidos
Aos templos construídos, de águas surgidas à força a
Fontes pronunciadas, desde um vinhedo selvagem a um domado,
São engenhosos ainda que pequenos passos que o desejo de uma criança
Em receber mais atenção do que seus irmãos, da
Maneira que for, pode facilmente suplantar.
Em seguida, observe o grupo de rivais enquanto eles sobem
As trilhas de pedras altas em dois ou três, às vezes
Com os braços em outros braços, mas jamais, graças a Deus, com os pés,
As trilhas de pedras altas em dois ou três, às vezes
Com os braços em outros braços, mas jamais, graças a Deus, com os pés,
\ ou amarrados
No lado umbroso de um quadrado sob
o meio-dia com
Um discurso volúvel, conhecendo a
todos bem demais para imaginar
Que existam segredos importantes,
incapaz de
Conceber um deus cujos humores e
tremores sejam de ordem moral
E não ser apaziguado por um texto
inteligente
Ou uma boa cantiga: pois está habituado com uma pedra que reage
Ele jamais teve de esconder o rosto por temor
De uma cratera cuja fúria fumegante não pode ser regulada,
Ajustada às necessidades locais dos vales
Onde tudo pode ser tocado ou alcançado a pé,
Seus olhos nunca se fixaram no espaço infinito
Pela treliça do rastelo de um nômade, nascido com sorte,
Suas pernas nunca se depararam com os fungos
Nem com os insetos da mata, as formas e vidas monstruosas
Com as quais, gostamos de pensar, não guardamos semelhança alguma.
Então, quando alguém passa para o mal, o modo de funcionamento da mente
Permanece incompreensível: virar gigolô,
Ou uma boa cantiga: pois está habituado com uma pedra que reage
Ele jamais teve de esconder o rosto por temor
De uma cratera cuja fúria fumegante não pode ser regulada,
Ajustada às necessidades locais dos vales
Onde tudo pode ser tocado ou alcançado a pé,
Seus olhos nunca se fixaram no espaço infinito
Pela treliça do rastelo de um nômade, nascido com sorte,
Suas pernas nunca se depararam com os fungos
Nem com os insetos da mata, as formas e vidas monstruosas
Com as quais, gostamos de pensar, não guardamos semelhança alguma.
Então, quando alguém passa para o mal, o modo de funcionamento da mente
Permanece incompreensível: virar gigolô,
Ou vender jóias falsas ou arruinar uma bela voz de tenor
Por efeitos que põem a casa abaixo, poderia acontecer a qualquer um
Por efeitos que põem a casa abaixo, poderia acontecer a qualquer um
Mesmo aos bons e aos maus...
É por isso, creio eu,
Que o bom e o mau jamais permaneceram aqui por muito tempo, apenas buscavam
Solos desregulados onde a beleza não era tão visível,
A luz menos aproveitável e o sentido da vida
Algo mais que um campo destruído. “Vem”, gritaram os restos de granito
"O quão evasivo é teu humor, o quão acidental é
Teu beijo mais doce, o quão permanente é a morte." (Pretensos santos
Se vão conjurando.) "Vem!", bramiram a argila e o cascalho,
"Em nossos domínio, há espaço para braços a cavar; rios
Esperam ser desbravados e escravos aguardam para construir-lhe uma tumba
Em grande estilo: suave como o barro de que é feita a humanidade e ambos
Prescindem alterações." (Césares pretensos se levantam e
Saem, batendo a porta.) Mas os incautos foram pegos
Por uma voz mais fria, mais macia, o suspiro dos oceanos:
"Sou a solidão que não pede nada, não oferece nada;
É por isso que eu te liberto. Inexiste o amor;
Só há inveja, toda ela triste."
Elas tinham razão, minha cara, todas essas vozes tinham razão;
É por isso, creio eu,
Que o bom e o mau jamais permaneceram aqui por muito tempo, apenas buscavam
Solos desregulados onde a beleza não era tão visível,
A luz menos aproveitável e o sentido da vida
Algo mais que um campo destruído. “Vem”, gritaram os restos de granito
"O quão evasivo é teu humor, o quão acidental é
Teu beijo mais doce, o quão permanente é a morte." (Pretensos santos
Se vão conjurando.) "Vem!", bramiram a argila e o cascalho,
"Em nossos domínio, há espaço para braços a cavar; rios
Esperam ser desbravados e escravos aguardam para construir-lhe uma tumba
Em grande estilo: suave como o barro de que é feita a humanidade e ambos
Prescindem alterações." (Césares pretensos se levantam e
Saem, batendo a porta.) Mas os incautos foram pegos
Por uma voz mais fria, mais macia, o suspiro dos oceanos:
"Sou a solidão que não pede nada, não oferece nada;
É por isso que eu te liberto. Inexiste o amor;
Só há inveja, toda ela triste."
Elas tinham razão, minha cara, todas essas vozes tinham razão;
e ainda têm; esse terreno não é o doce lar que
parece;
Nem sua paz vem da calma histórica de um lugar
Onde algo se estabelecera de uma vez por todas: uma retrógrada
Província dilapidada, ligada ao
Mundo por um túnel com um certo apelo
Promissor, isso é tudo que é agora? Não exatamente:
Possui uma obrigação mundana a despeito de si mesma
Que não se negligencia, mas questiona
Todos os grandes poderes a assumir; ela perturba nossos direitos. O poeta,
Admirado pelo seu mais sincero hábito de chamar
De sol o sol, sua mente se perturba, se constrange
Com essas estátuas de mármore, que tão obviamente duvida
Nem sua paz vem da calma histórica de um lugar
Onde algo se estabelecera de uma vez por todas: uma retrógrada
Província dilapidada, ligada ao
Mundo por um túnel com um certo apelo
Promissor, isso é tudo que é agora? Não exatamente:
Possui uma obrigação mundana a despeito de si mesma
Que não se negligencia, mas questiona
Todos os grandes poderes a assumir; ela perturba nossos direitos. O poeta,
Admirado pelo seu mais sincero hábito de chamar
De sol o sol, sua mente se perturba, se constrange
Com essas estátuas de mármore, que tão obviamente duvida
De seu mito antimitológico, e desses moleques,
Perseguindo o cientista pela colunata adornada
Com tais ofertas vivazes, revive suas
preocupações com os aspectos
Mais remotos da Natureza: também eu sinto-me reprovado, pela coisa
Mais remotos da Natureza: também eu sinto-me reprovado, pela coisa
E você sabe o quanto. Não perder tempo, não se
deixar ser preso
Não ficar para trás, nem, de jeito nenhum!
Lembrar
As feras que se perpetuam, ou algo como a água
Ou uma pedra cuja condução é previsível, essas
São nossos pedidos, cujo maior conforto seja a
música
Que pode ser feita em qualquer lugar, é
invisível,
E é inodora. Temos que observar de longe
A morte como fato, sem dúvida temos razão: Mas
se
Os pecados podem ser perdoados, se os corpos se
levantam dos mortos
Essas modificações da matéria em
Atletas inocentes e fontes gesticulantes,
Realizadas só por prazer, guarde posteriormente:
Os abençoados não se importarão de que ângulo
são considerados.
Já que não têm o que esconder. Querida, não sei
nada das
Duas, mas quando eu tento imaginar um amor sem
falha
Ou a vida do porvir, o que eu ouço é o
murmurejar
Das correntes subterrâneas. O que vejo é uma
paisagem calcárea.
Tradução: Eduardo Lima
In praise of limestone
If it form the one landscape that we, the inconstant
ones,
Are consistently homesick for, this is chiefly
Because it dissolves in water. Mark these rounded slopes
With their surface fragrance of thyme and, beneath,
A secret system of caves and conduits; hear the springs
That spurt out everywhere with a chuckle,
Each filling a private pool for its fish and carving
Its own little ravine whose cliffs entertain
The butterfly and the lizard; examine this region
Of short distances and definite places:
What could be more like Mother or a fitter background
For her son, the flirtatious male who lounges
Against a rock in the sunlight, never doubting
That for all his faults he is loved; whose works are but
Extensions of his power to charm? From weathered outcrop
To hill-top temple, from appearing waters to
Conspicuous fountains, from a wild to a formal vineyard,
Are ingenious but short steps that a child's wish
To receive more attention than his brothers, whether
By pleasing or teasing, can easily take.
Watch, then, the band of rivals as they climb up and down
Their steep stone gennels in twos and threes, at times
Arm in arm, but never, thank God, in step; or engaged
On the shady side of a square at midday in
Voluble discourse, knowing each other too well to think
There are any important secrets, unable
To conceive a god whose temper-tantrums are moral
And not to be pacified by a clever line
Or a good lay: for accustomed to a stone that responds,
They have never had to veil their faces in awe
Of a crater whose blazing fury could not be fixed;
Adjusted to the local needs of valleys
Where everything can be touched or reached by walking,
Their eyes have never looked into infinite space
Through the lattice-work of a nomad's comb; born lucky,
Their legs have never encountered the fungi
And insects of the jungle, the monstrous forms and lives
With which we have nothing, we like to hope, in common.
So, when one of them goes to the bad, the way his mind works
Remains incomprehensible: to become a pimp
Or deal in fake jewellery or ruin a fine tenor voice
For effects that bring down the house, could happen to all
But the best and the worst of us...
That is why, I suppose,
The best and worst never stayed here long but sought
Immoderate soils where the beauty was not so external,
The light less public and the meaning of life
Something more than a mad camp. 'Come!' cried the granite wastes,
"How evasive is your humour, how accidental
Your kindest kiss, how permanent is death." (Saints-to-be
Slipped away sighing.) "Come!" purred the clays and gravels,
"On our plains there is room for armies to drill; rivers
Wait to be tamed and slaves to construct you a tomb
In the grand manner: soft as the earth is mankind and both
Need to be altered." (Intendant Caesars rose and
Left, slamming the door.) But the really reckless were fetched
By an older colder voice, the oceanic whisper:
"I am the solitude that asks and promises nothing;
That is how I shall set you free. There is no love;
There are only the various envies, all of them sad."
They were right, my dear, all those voices were right
And still are; this land is not the sweet home that it looks,
Nor its peace the historical calm of a site
Where something was settled once and for all: A back ward
And dilapidated province, connected
To the big busy world by a tunnel, with a certain
Seedy appeal, is that all it is now? Not quite:
It has a worldy duty which in spite of itself
It does not neglect, but calls into question
All the Great Powers assume; it disturbs our rights. The poet,
Admired for his earnest habit of calling
The sun the sun, his mind Puzzle, is made uneasy
By these marble statues which so obviously doubt
His antimythological myth; and these gamins,
Pursuing the scientist down the tiled colonnade
With such lively offers, rebuke his concern for Nature's
Remotest aspects: I, too, am reproached, for what
And how much you know. Not to lose time, not to get caught,
Not to be left behind, not, please! to resemble
The beasts who repeat themselves, or a thing like water
Or stone whose conduct can be predicted, these
Are our common prayer, whose greatest comfort is music
Which can be made anywhere, is invisible,
And does not smell. In so far as we have to look forward
To death as a fact, no doubt we are right: But if
Sins can be forgiven, if bodies rise from the dead,
These modifications of matter into
Innocent athletes and gesticulating fountains,
Made solely for pleasure, make a further point:
The blessed will not care what angle they are regarded from,
Having nothing to hide. Dear, I know nothing of
Either, but when I try to imagine a faultless love
Or the life to come, what I hear is the murmur
Of underground streams, what I see is a limestone landscape.
W.H. Auden
Are consistently homesick for, this is chiefly
Because it dissolves in water. Mark these rounded slopes
With their surface fragrance of thyme and, beneath,
A secret system of caves and conduits; hear the springs
That spurt out everywhere with a chuckle,
Each filling a private pool for its fish and carving
Its own little ravine whose cliffs entertain
The butterfly and the lizard; examine this region
Of short distances and definite places:
What could be more like Mother or a fitter background
For her son, the flirtatious male who lounges
Against a rock in the sunlight, never doubting
That for all his faults he is loved; whose works are but
Extensions of his power to charm? From weathered outcrop
To hill-top temple, from appearing waters to
Conspicuous fountains, from a wild to a formal vineyard,
Are ingenious but short steps that a child's wish
To receive more attention than his brothers, whether
By pleasing or teasing, can easily take.
Watch, then, the band of rivals as they climb up and down
Their steep stone gennels in twos and threes, at times
Arm in arm, but never, thank God, in step; or engaged
On the shady side of a square at midday in
Voluble discourse, knowing each other too well to think
There are any important secrets, unable
To conceive a god whose temper-tantrums are moral
And not to be pacified by a clever line
Or a good lay: for accustomed to a stone that responds,
They have never had to veil their faces in awe
Of a crater whose blazing fury could not be fixed;
Adjusted to the local needs of valleys
Where everything can be touched or reached by walking,
Their eyes have never looked into infinite space
Through the lattice-work of a nomad's comb; born lucky,
Their legs have never encountered the fungi
And insects of the jungle, the monstrous forms and lives
With which we have nothing, we like to hope, in common.
So, when one of them goes to the bad, the way his mind works
Remains incomprehensible: to become a pimp
Or deal in fake jewellery or ruin a fine tenor voice
For effects that bring down the house, could happen to all
But the best and the worst of us...
That is why, I suppose,
The best and worst never stayed here long but sought
Immoderate soils where the beauty was not so external,
The light less public and the meaning of life
Something more than a mad camp. 'Come!' cried the granite wastes,
"How evasive is your humour, how accidental
Your kindest kiss, how permanent is death." (Saints-to-be
Slipped away sighing.) "Come!" purred the clays and gravels,
"On our plains there is room for armies to drill; rivers
Wait to be tamed and slaves to construct you a tomb
In the grand manner: soft as the earth is mankind and both
Need to be altered." (Intendant Caesars rose and
Left, slamming the door.) But the really reckless were fetched
By an older colder voice, the oceanic whisper:
"I am the solitude that asks and promises nothing;
That is how I shall set you free. There is no love;
There are only the various envies, all of them sad."
They were right, my dear, all those voices were right
And still are; this land is not the sweet home that it looks,
Nor its peace the historical calm of a site
Where something was settled once and for all: A back ward
And dilapidated province, connected
To the big busy world by a tunnel, with a certain
Seedy appeal, is that all it is now? Not quite:
It has a worldy duty which in spite of itself
It does not neglect, but calls into question
All the Great Powers assume; it disturbs our rights. The poet,
Admired for his earnest habit of calling
The sun the sun, his mind Puzzle, is made uneasy
By these marble statues which so obviously doubt
His antimythological myth; and these gamins,
Pursuing the scientist down the tiled colonnade
With such lively offers, rebuke his concern for Nature's
Remotest aspects: I, too, am reproached, for what
And how much you know. Not to lose time, not to get caught,
Not to be left behind, not, please! to resemble
The beasts who repeat themselves, or a thing like water
Or stone whose conduct can be predicted, these
Are our common prayer, whose greatest comfort is music
Which can be made anywhere, is invisible,
And does not smell. In so far as we have to look forward
To death as a fact, no doubt we are right: But if
Sins can be forgiven, if bodies rise from the dead,
These modifications of matter into
Innocent athletes and gesticulating fountains,
Made solely for pleasure, make a further point:
The blessed will not care what angle they are regarded from,
Having nothing to hide. Dear, I know nothing of
Either, but when I try to imagine a faultless love
Or the life to come, what I hear is the murmur
Of underground streams, what I see is a limestone landscape.
W.H. Auden